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Sociedade

O inimigo invisível das mulheres de Nampula

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O cancro do colo do útero continua a ceifar vidas em silêncio na província de Nampula. Só nos primeiros seis meses deste ano, 167 mulheres foram diagnosticadas com a doença, segundo dados divulgados pelo sector da Saúde durante uma palestra dirigida à Organização da Mulher Moçambicana (OMM).

A sessão, orientada por Alves Simão, representante provincial do sector, teve como principal objectivo informar e sensibilizar as mulheres sobre a importância do diagnóstico precoce — considerado fundamental para garantir a prevenção e o tratamento eficaz da doença.

Segundo Simão, os centros de saúde periféricos da cidade de Nampula realizam rastreios de forma regular, sendo os casos suspeitos encaminhados ao Hospital Central de Nampula (HCN) para confirmação e acompanhamento médico. “Temos registado óbitos, sim, embora não possa precisar os números neste momento. O nosso apelo é claro: o cancro do colo do útero pode ser prevenido e pode ser curado”, sublinhou o responsável.

O médico lembrou que Moçambique faz parte da estratégia global de eliminação do cancro do colo do útero, cujo horizonte de implementação está previsto até 2030, um compromisso que passa por ampliar o rastreio, fortalecer a vacinação contra o HPV e melhorar o acesso a serviços de saúde reprodutiva.

Para Amida Firmino, secretária provincial da OMM, a doença representa um desafio urgente de saúde pública. “O cancro do colo do útero é uma doença silenciosa, responsável por inúmeras mortes de mulheres em Moçambique e no mundo. É por isso que estamos aqui reunidas — para aprender mais sobre as causas, a prevenção e o tratamento”, afirmou.

A província de Nampula, uma das mais populosas do país, continua entre as regiões com maior incidência de casos de cancro do colo do útero, reflexo de baixos níveis de informação, acesso limitado a rastreios e tabus culturais que ainda dificultam a procura por serviços de saúde preventiva.

Enquanto o Governo e organizações femininas redobram esforços de sensibilização, especialistas alertam que a batalha contra esta doença só será vencida quando a prevenção se tornar parte da rotina das mulheres moçambicanas — e quando falar de saúde reprodutiva deixar de ser um assunto silenciado.

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