Moçambique defende resiliência climática e segurança alimentar na Cimeira da Economia Verde em Dubai

O Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Roberto Mito Albino, participou de 1 a 2 de Outubro, em Dubai, na Cimeira Mundial da Economia Verde, onde defendeu a urgência de reforçar a resiliência climática e a segurança alimentar em Moçambique.

O evento, organizado pela Organização Mundial da Economia Verde (WGEO) em parceria com o Governo dos Emirados Árabes Unidos, reuniu ministros, representantes governamentais e especialistas internacionais. A presidência da COP30 também esteve presente, sublinhando a importância da cimeira como marco para acelerar a ambição climática global.

Na sessão de abertura e em dois painéis de alto nível, Roberto Albino apresentou a visão do Governo moçambicano sobre a economia verde e a sustentabilidade alimentar. O governante destacou que fenómenos como cheias, ciclones e inundações que atingiram o país nos últimos três anos continuam a pôr em causa a agenda de desenvolvimento sustentável.

“Estes fenómenos impactam negativamente a nossa estratégia de desenvolvimento, o que evidencia a necessidade da resiliência climática como pilar fundamental. As mudanças climáticas devem ser integradas em todos os sectores de atividade”, afirmou o ministro.

Na mesa redonda sobre a implementação das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), foram apresentadas soluções práticas e inovadoras para enfrentar os desafios do desenvolvimento, com destaque para a importância de parcerias estratégicas regionais e internacionais. Albino revelou que Moçambique está a preparar a versão 3.0 da sua NDC, integrando novos sectores e reforçando o papel do sector privado e das comunidades locais, embora o financiamento continue a ser um dos principais obstáculos.

O ministro participou ainda no painel Regional Showcase: Iniciativas Climáticas para África e Médio Oriente, onde se discutiu o papel das parcerias internacionais na aceleração de soluções escaláveis para a segurança alimentar e a transição energética nas cidades.

Neste espaço, Albino sublinhou que a preservação ambiental e a produção de alimentos são prioridades do Governo. “O sector privado precisa de financiamento acessível para investir na produção agrícola. O foco deve estar na criação de procura, no acesso ao mercado e na transferência de tecnologias para os produtores, de modo a garantir segurança alimentar e sustentabilidade”, disse.

A Cimeira Mundial da Economia Verde de 2025 termina esta quinta-feira, com várias sessões dedicadas à mobilização de recursos e ao reforço da cooperação internacional no combate às mudanças climáticas.