Sociedade
SERNIC em Nampula impede venda de ossadas humanas

Depois de algum abrandamento, a onda de profanação de túmulos, voltou a abalar a província de Nampula. Na semana finda, três indivíduos caíram nas mãos do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) nesta parcela do país, na posse de quatro ossadas humanas que supostamente foram profanados num túmulo, no posto administrativo de Nihessiwe, no distrito de Murrupula em Nampula.
As ossadas humanas apreendidas tinham como destino a cidade de Nampula para fins comerciais, no mercado paralelo, a 750 mil meticais. Segundo a porta-voz do SERNIC, Enina Tsinine, a captura dos indivíduos e consequente apreensão das ossadas foi possível mediante a um trabalho operativo desencadeado pelo sector, após aperceber da circulação de indivíduos com as ossadas em alusão.
Tsinine, que falava na última sexta-feira (12) à imprensa, referiu que, os suspeitos foram surpreendidos pelos agentes do SERNIC no terminal rodoviário da Faina, quando estes acabavam de descer do transporte semi- colectivo de passageiros, ido de Murrupula. A fonte disse ainda que, para despistar as investigações da corporação, os indivíduos esconderam os restos mortais em saquetas, o que foi prontamente despoletada pelo SERNIC.
“O SERNIC tomou conhecimento que tinham indivíduos com ossadas humanas vindo de Murrupula para cidade de Nampula e accionamos mecanismos tendo culminado com a neutralização destes no parque da Faina, quando pretendiam vender as ossadas”, revelou.
A porta-voz assegurou que foi aberto auto junto do Ministério Público, com vista a responsabilização dos indivíduos pelos actos cometidos. Os indivíduos confessaram o crime e dizem que pretendiam ter dinheiro para sustento familiar por causa da falta de emprego formal.
Em conversa com NGANI, um dos indivíduos, por sinal, cabecilha da “bolada” afirmou que foi comunicado via telefone por um cidadão de origem estrangeira para procurar ossadas humanas e em troca receberia 750 mil meticais. O distrito de Murrupula, a sudoeste da província de Nampula tem-se notabilizado no tráfico de seres humanos, sobretudo na profanação de túmulos e consequente retirada de ossadas para fins comerciais, ou supersticiosos nos últimos 10 anos.
Com esta prática, segundo o artigo nº 165 da lei 24/2019 de Dezembro, atinente ao transporte, detenção, posse, e comercialização de órgãos humanos, os indivíduos incorrem numa pena de 12 a 16 de prisão, se a pena mais grave não couber.