Sociedade
Crocodilos matam oito pessoas e mutilam catorze em Goduxa, Napipine

O medo tomou conta dos moradores da unidade comunal de Goduxa, no posto administrativo de Napipine, nos arredores da cidade de Nampula. Desde o ano passado, oito pessoas foram mortas e catorze ficaram mutiladas após ataques de crocodilos nas margens do rio Monapo, o principal curso de água que separa a comunidade do resto da cidade.
Os ataques, segundo as autoridades locais, acontecem quase sempre quando os residentes tentam atravessar o rio para chegar aos mercados, escolas ou campos agrícolas — uma travessia obrigatória para o quotidiano de centenas de famílias que vivem sem acesso a uma ponte ou qualquer meio seguro de passagem.
“Esta é uma grande preocupação, senhor presidente. Precisamos urgentemente de uma ponte sobre o rio Monapo”, apelou Albino João, chefe da unidade comunal de Goduxa, durante uma visita do edil de Nampula, Luís Giquira, realizada esta terça-feira.
As vítimas são, na maioria, mulheres e crianças que transportam produtos agrícolas ou regressam das machambas. Muitos sobreviventes ficam com ferimentos graves, perdendo braços ou pernas em consequência das mordidas dos répteis.
A falta de infraestruturas básicas — como pontes ou passagens pedonais — tem transformado o rio Monapo num verdadeiro “corredor da morte”. Em tempo de chuvas, o caudal sobe e a travessia torna-se ainda mais arriscada.
Durante a visita, o presidente do Conselho Municipal, Luís Giquira, reconheceu a gravidade da situação e prometeu estudar soluções que possam garantir a segurança dos habitantes de Goduxa.
Goduxa é a última comunidade do posto administrativo de Napipine e faz limite com o distrito de Rapale, o que torna o local uma importante zona de passagem entre áreas rurais e a cidade de Nampula. Contudo, a ausência de uma ponte continua a isolar os moradores e a expô-los a perigos fatais.