Moçambique lava a sua honra financeira: fora da Lista Cinzenta do GAFI

Moçambique deu, na manhã desta sexta-feira (24), um passo histórico ao ser oficialmente retirado da Lista Cinzenta do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI), conforme anunciado às 9h15 durante a sessão plenária da organização.

O momento foi marcado pela intervenção da ministra das Finanças, que, em nome do Governo, destacou o feito como uma vitória colectiva de todo o povo moçambicano. “Este marco não pertence a um sector, a uma instituição ou a um grupo. Pertence a todos nós, moçambicanos e moçambicanas, que acreditamos na força da integridade, da persistência e da união em torno de um mesmo propósito: o fortalecimento do nosso país”, afirmou.

A saída da Lista Cinzenta reflecte anos de esforços coordenados entre o Governo, o sector privado, a sociedade civil e as instituições do Estado, no combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo — desafios que, segundo as autoridades, foram enfrentados com determinação, transparência e sentido de soberania.

De acordo com o Ministério das Finanças, a decisão do GAFI é o reconhecimento internacional das reformas estruturais e legais implementadas por Moçambique para reforçar a integridade do seu sistema financeiro e alinhar-se às melhores práticas globais.

Contudo, as autoridades sublinharam que o feito não marca o fim da jornada, mas o início de uma nova etapa. “Devemos consolidar os avanços alcançados, reforçar os mecanismos de integridade e garantir que Moçambique continue a ser reconhecido como um parceiro credível, seguro e comprometido com as boas práticas internacionais”, lê-se no comunicado emitido após o anúncio.

O Governo apela a que este marco seja encarado como um símbolo de unidade nacional e de responsabilidade colectiva, destacando que o futuro exigirá ainda mais disciplina, coesão institucional e transparência.

Sair da Lista Cinzenta, segundo o executivo, “é mais do que corrigir fragilidades técnicas — é afirmar que Moçambique é capaz de se erguer com dignidade, aprender com os desafios e trilhar o seu próprio caminho com confiança”.

O momento é visto como uma vitória de soberania e maturidade institucional, que reforça a credibilidade do país no cenário internacional e abre portas para maior confiança dos investidores e parceiros de cooperação.

“Que este momento nos una ainda mais. Que o espírito de cooperação e solidariedade que nos trouxe até aqui continue a iluminar o caminho para uma Moçambique mais justa, próspera e íntegra”, conclui a nota oficial.