Sociedade
“Niassa deve ser vista como “Terra Prometida” e não como campo de reeducação”
O investigador e académico moçambicano Jacinto Jamal defende que a província do Niassa deve ser encarada como uma “terra prometida” e não como um campo de reeducação, sublinhando o vasto potencial económico, social e ambiental que a região possui.
A reflexão surge na sua mais recente obra, “O Mar em Moçambique: Infra-estruturas, Regulação e Segurança”, lançada recentemente em Metangula, distrito do Lago. Embora o livro se concentre sobretudo em questões ligadas à governação marítima — como a regulação, a segurança e o papel das infra-estruturas costeiras no desenvolvimento sustentável —, Jamal aproveita para lançar um olhar mais profundo sobre o interior do país e, em particular, sobre o Niassa.
Para o académico, a província tem sido historicamente marginalizada e vista sob o prisma da distância e do isolamento, quando, na verdade, encerra condições únicas para o crescimento equilibrado e inclusivo de Moçambique. “O Niassa não é um campo de reeducação; é uma terra prometida”, sublinha Jamal, defendendo a valorização dos potenciais internos como ponto de partida para a transformação social e económica da região.
Publicado pela Oleba Editores, o livro tem sido descrito como um contributo relevante para o debate sobre governação marítima e territorial em Moçambique, ao propor uma reflexão estratégica sobre o uso racional dos recursos naturais e o papel das infra-estruturas na redução das assimetrias regionais.