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Cultura

Nelson Moda lança “Xibalo” – Uma ferida aberta do colonialismo português em Moçambique

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O auditório da Universidade Licungo, em Quelimane, acolheu esta semana o lançamento do livro “Xibalo – Quando Moçambique Era Província”, de Nelson Moda, uma obra que revisita criticamente o período colonial português e a sua herança na sociedade moçambicana.

Com um olhar profundo e documentado, Moda aborda temas como a escravatura, o papel da Igreja Católica na expansão colonial e a persistência das estruturas de dominação, desmontando a narrativa de que o colonialismo teria tido como missão “civilizar” o povo moçambicano.

Durante a cerimónia, o reitor da Universidade Licungo, Boaventura José Aleixo, destacou a relevância histórica e literária do livro, lembrando as palavras do antigo presidente Joaquim Chissano — autor do prefácio — que considerou Xibalo uma das obras mais completas sobre a escravatura em Moçambique.

Xibalo é uma obra que se impõe pela força do seu silêncio e pela ousadia de ser protagonista. Mostra que o colonialismo monopolizava o poder, a terra e as pessoas, sustentando-se numa pretensa missão civilizadora e cristianizadora”, afirmou o reitor.

Nelson Moda, docente universitário e vice-presidente da Comunidade de Santo Egídio em Moçambique, disse durante a apresentação que o livro também lança luz sobre “novas formas de xibalo” que persistem na sociedade actual, embora sob disfarces modernos.

O xibalo não desapareceu; mudou de rosto. Hoje manifesta-se em desigualdades sociais, exclusão e falta de oportunidades para muitos moçambicanos”, alertou o autor.

Além de Xibalo, Moda é autor de Xirico (2022) e tem se destacado como um dos intelectuais moçambicanos mais comprometidos com a reflexão crítica sobre a história e identidade nacional. O evento reuniu estudantes, académicos e escritores locais, num ambiente marcado por debates sobre o papel da literatura na reconstrução da memória e na emancipação cultural do país.

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