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Política

Secretário de Estado recua e tenta salvar relação com o governador

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O Secretário de Estado na Província de Nampula, Plácido Nerino Pereira, procurou nesta quinta-feira, 6 de Novembro, apagar o incêndio político que vinha ameaçando a harmonia institucional, ao afirmar publicamente que mantém boas relações com o governador Eduardo Mariano Abdula.

A declaração surge após o polémico episódio em Memba, onde a entrega de uma viatura policial pelo governador gerou um intenso debate sobre os limites de competência entre o Governo Provincial e a Secretaria de Estado.

Sem dramatizar, mas também sem recuar, Plácido Nerino Pereira sublinhou que continuará a pautar a sua actuação “pela estrita observância da lei e pela preservação do princípio da legalidade administrativa”.

“Não queria entrar nessa situação”, respondeu de forma prudente quando questionado sobre o desentendimento. A frase curta — e o tom contido — foram vistos como uma tentativa de distender o ambiente e recentrar o foco na cooperação institucional.

O caso que opôs os dois dirigentes começou na semana passada, quando o governador Eduardo Abdula procedeu à entrega de uma viatura ao Comando Distrital da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Memba, com o objectivo de reforçar a capacidade operacional das forças policiais na prevenção do extremismo violento.

O gesto, inicialmente aplaudido pelos moradores, foi interpretado por alguns sectores como uma invasão de competências da Secretaria de Estado, órgão que tutela as forças da ordem.

Fontes próximas à Secretaria de Estado confirmaram que Plácido Nerino Pereira manifestou desconforto com o procedimento, defendendo o respeito pela Lei da Descentralização e pelos canais formais de actuação.

O episódio ganhou vida própria nas redes sociais, depois da divulgação de um vídeo onde o governador, visivelmente irritado, justificava a entrega da viatura, dizendo que agira para “proteger vidas” e “garantir meios às forças de segurança”.

A troca de declarações expôs as tensões que ainda marcam a convivência entre as estruturas de governação desconcentrada e descentralizada em Moçambique.

Com o discurso mais brando, Plácido Nerino Pereira sinaliza vontade de virar a página — e de concentrar as energias nos problemas concretos da província, que continua a enfrentar graves desafios sociais e económicos.

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