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Internacional

Golpe em Madagáscar| Líder militar anuncia que assumirá presidência

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O coronel Michael Randrianirina, à frente do golpe militar em Madagáscar, anunciou hoje que nos próximos dias assumirá formalmente o cargo de Presidente, seguindo orientação do Tribunal Constitucional do país.

O anúncio surge um dia após semanas de intensa agitação popular, marcada por protestos liderados principalmente por jovens contra o Presidente Andry Rajoelina e o seu Governo, em meio a uma grave crise económica e social.

Randrianirina, comandante do Corpo de Administração de Pessoal e Serviços do Exército Terrestre (CAPSAT), afirmou que a posse é necessária para oficializar a nova liderança e adiantou que o Governo nomeará em breve um primeiro-ministro, embora não tenha definido prazos.

Os protestos alcançaram um ponto crítico no último sábado, quando Randrianirina e suas forças se juntaram aos manifestantes exigindo a demissão de Rajoelina, que deixou a capital para garantir a sua segurança. O Presidente, no poder desde 2018, classificou a intervenção militar como golpe ilegal, apesar de 130 dos 163 deputados terem votado pelo seu afastamento, ultrapassando a maioria de dois terços necessária para destituí-lo.

A situação provocou reação internacional: a União Africana convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança para a próxima terça-feira, enquanto analistas alertam que o descontentamento juvenil, longe de ser apenas político, reflete a frustração de uma geração com a falta de serviços básicos.

“Os jovens da geração Z em Madagáscar protestam há quase um mês pela escassez de água, eletricidade e outros serviços essenciais, que afetam diretamente a sua vida diária”, afirmou Olufemi Taiwo, especialista em Estudos Africanos na Universidade de Cornell. “A resolução do conflito deve priorizar soluções civis, sem intervenção militar.”

Segundo a ONU, pelo menos 22 pessoas morreram e cerca de 100 ficaram feridas durante os protestos até 29 de setembro. Apesar das vastas riquezas naturais, Madagáscar permanece entre os países mais pobres do mundo, com quase 75% da população vivendo abaixo do limiar da pobreza em 2022, segundo dados do Banco Mundial.

O país agora enfrenta um período de incerteza política, com a população observando de perto os próximos passos do coronel Randrianirina e a reação da comunidade internacional.

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