Ossufo Momade acusa comunidade internacional de ofuscar os objectivos da RENAMO

O presidente da RENAMO, Ossufo Momade, afirmou esta quinta-feira, em Nampula, durante a II Sessão Ordinária do Conselho Nacional do partido, que parte dos problemas enfrentados pela formação política resultam do incumprimento das promessas feitas pela comunidade internacional no âmbito do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR).

Segundo Momade, o embaixador europeu Miko Manzoni teria falhado na implementação dos compromissos assumidos, o que travou o avanço de vários pontos do acordo de paz.

“A nossa contribuição foi garantir o direito à fixação de pensões de reforma para os combatentes desmobilizados, a integração de oficiais nas fileiras da Polícia da República de Moçambique e a criação de projetos de geração de rendimento para os nossos desmobilizados. Infelizmente, o processo está paralisado porque a comunidade internacional, representada pelo embaixador Miko Manzoni, não está a cumprir o prometido”, lamentou o líder da perdiz.

Momade acrescentou que a situação social dos ex-combatentes continua a ser uma prioridade da RENAMO, sublinhando que a definição e o pagamento das pensões “não dependem do partido, mas sim do governo”.

“Não é justo alimentar intrigas e ódio, culpando injustamente quem sempre defendeu o bem-estar dos nossos combatentes”, afirmou.

O dirigente apelou à unidade no seio da RENAMO, reiterando que as diferenças internas não devem sobrepor-se ao principal objetivo do partido vencer as eleições de 2028 e 2029.

“Qualquer divergência deve ser ultrapassada. O nosso compromisso é com a vitória e com o futuro de Moçambique”, defendeu.

Numa outra vertente, Ossufo Momade voltou a assegurar que não pretende abandonar a liderança da RENAMO, contrariando rumores sobre uma eventual renúncia.

“Não vamos ceder à pressão interna. A nossa liderança está atenta à vida do partido e continuará a defender a coesão e o respeito pelos estatutos”, declarou.

Por: Agostinho Miguel