Connect with us

Sociedade

Caso alfandegário: Jaime Neto continua a “fugir” da imprensa

blank

Publicado há

aos

blank

A prisão do agente alfandegário, Alírio João, por ter recusado atender às chamadas telefónicas do Secretário de Estado em Nampula, Jaime  Bessa Neto continua a fazer correr muita tinta, apesar de o caso estar sob investigação do Ministério Público.

Alírio João foi detido no dia 26 de Agosto passado, sob ordens de Jaime Neto, por este ter-lhe negado a pretensão de se apoderar de uma viatura de alta cilindrada, apreendida e parqueada no posto de controlo número 1 na zona do Lourenço, subúrbios da cidade de Nampula, pelo sector das alfândegas.

Sucede que, após ver defraudado o seu desejo, Jaime Neto, usando o seu poder, mandou prender o alfandegário gerando revolta na sociedade, numa altura em que, o governo da Frelimo tem dito que vai acabar os abusos de poder, caso saia vitorioso no escrutínio de 9 de Outubro próximo.

A notícia sobre detenção do alfandegário, foi prontamente repudiada pelas organizações que lidam com os direitos humanos tanto nacionais, como internacionais, por ser ilegal, facto que forçou Neto a recuar da decisão, volvidos alguns dias, depois da prisão.

Abordado pela imprensa, o presidente da Rede dos Direitos Humanos (RDH) em Nampula, Gamito dos Santos Carlos declarou que a detenção do alfandegário era ilegal, uma vez que, a figura de Secretário de Estado, não tem poderes para o efeito.

Segundo Carlos, o Secretário de Estado cometeu o crime de abuso de cargo e poder e que corre riscos de apanhar uma pena de prisão de 1 a 2 anos, o que resultaria na sua exoneração do cargo.

O ministério público ao nível da província de Nampula, convocou a imprensa para anunciar que está a investigar a matéria para apurar a veracidade dos factos.

A magistrada do Ministério Público, Lucinda Fonseca, referiu que, até aqui, não foram encontrados elementos que ditaram a prisão ao alfandegário, daí que, o MP ordenou a soltura imediata do agente.

Entretanto, depois do sucedido, Jaime Neto, andou longe da imprensa em Nampula e na quarta-feira última, num evento realizado em Moma, distrito costeiro da província, o dirigente foi questionado se de facto ordenou a prisão do alfandegário e ele simplesmente, em tom de insatisfação, respondeu aos jornalistas que deveriam perguntar a polícia ou o tribunal.

A mesma postura viu-se esta quinta-feira na II Conferência Provincial de Confissões Religiosas. Neto disse estar apenas focado na campanha eleitoral e que o candidato à presidência da república Daniel Chapo será o grande vencedor facto que demonstra claramente não estar interessado em esclarecer o assunto de que é acusado.

Caso se prove o seu envolvimento no escândalo, o dirigente diz que não sairá da província de Nampula como aconteceu com antigo governador, Victor Manuel Borges, que esteve envolvido em negócios ilícitos (tentativa de lavagem de dinheiro), usando uma estância hoteleira, tendo abandonado a casa protocolar alegadamente para se livrar de uma praga de ratos que invadira a residência oficial.(Agostinho Miguel)

Continue Lendo
Clique para comentar

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *