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Economia

Niassa renasce: do medo à esperança, o turismo volta a respirar

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Depois de um período marcado por ataques terroristas que abalaram a Reserva Especial do Niassa e afastaram visitantes, a província mais extensa do país procura agora reconstruir a sua imagem e recuperar a confiança dos turistas e investidores.

Na Feira Internacional de Turismo (FIKANI 2025), que decorre em Vilankulo, a província apresenta-se com uma nova identidade, centrada na segurança, na estabilidade e no enorme potencial natural que oferece.

A governadora de Niassa, Judite Massengele, lidera a comitiva provincial e assegura que a situação está normalizada. “A população circula, as estâncias turísticas estão a funcionar e há confiança no regresso à normalidade”, afirmou, sublinhando o reforço da presença das forças de segurança nas zonas anteriormente afetadas.

Com 42 mil quilómetros quadrados de áreas de conservação, Niassa alberga espécies emblemáticas como elefantes, leões, leopardos, búfalos e hipopótamos — os chamados Big Five. A província quer agora deixar de ser vista apenas como celeiro agrícola e afirmar-se como destino de turismo de natureza e contemplação. “Temos uma das maiores reservas do país e queremos atrair investidores que apostem tanto no turismo de fauna bravia como no turismo costeiro”, explicou a governadora.

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O plano de desenvolvimento baseia-se no conceito de turismo integrado, combinando as paisagens selvagens da Reserva do Niassa com as águas cristalinas do Lago Niassa, que oferece mais de 600 quilómetros de costa ladeados por aldeias pesqueiras. “O turista que visita Mecula pode seguir até ao lago. As duas áreas devem complementar-se”, defende Massengele.

O pavilhão de Niassa na FIKANI 2025, decorado com esculturas de madeira, capulanas e imagens aéreas da reserva, tem sido um dos mais visitados. Vários investidores nacionais e estrangeiros demonstraram interesse em parcerias e projetos locais.

A estratégia provincial inclui a melhoria de infraestruturas, a formação de guias, o reforço da segurança nas rotas e a inclusão das comunidades locais nas cadeias de valor do turismo. “O turismo só será sustentável se beneficiar o povo de Niassa”, frisou a governadora.

Além da riqueza natural, Niassa aposta também no turismo cultural, com mais de 15 grupos etnolinguísticos e tradições que o governo pretende valorizar através de festivais, gastronomia e artesanato.

Para Massengele, este é o momento certo para a viragem. “O país está a crescer, os investidores estão a olhar para o norte e Niassa quer ser parte dessa nova narrativa”, afirmou.

O renascimento turístico de Niassa coincide com o esforço nacional de consolidar o turismo como um dos pilares da diversificação económica. Entre o selvagem e o sereno, a província quer transformar o seu isolamento geográfico em vantagem competitiva e fazer da autenticidade o seu maior trunfo.

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