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Sociedade

Filomena Mutoropa: uma mulher que quebrou preconceitos e sonha dirigir os destinos da cidade de Nampula

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Filomena Mutoropaéuma das mulheres de “ferro” que Moçambique viu nascer. Actualmente, desempenhando o cargo de secretária do Partido Humanitário de Moçambique, (PAHUMO), Mutoropa venceu os preconceitos sobre a desigualdade de género e como resultado, em 2010 entrou para a política activa, onde acalenta o senho de estar no topo da governação e ser porta-voz de milhares de mulheres sem voz e vez.

De 64 anos de idade, o seu percurso político inicia em 2010 quando se filiou ao Movimento Democrático de Moçambique (MDM), mas só em 2013 é que vê o seu nome alçado no palco principal da política em Moçambique, com o Partido Humanitário de Moçambique (PAHUMO).

Filomena Mutoropa ficou conhecida num episódio insólito em que ela se pôs aos prantos, após ver o seu nome excluído no boletim de voto (alegadamente por erro de impressão), nas eleições autárquicas de 2013 em Nampula.  Na altura, Mutoropa teve como adversários, à gestão do Município de Nampula, Amisse Cololo (da Frelimo) e Mahamudo Amurane (MDM), não tendo ido para além de um assento na Assembleia Municipal. 

Na assembleia municipal, ela foi uma das peças de ouro nos debates da plenária, visando chancelar as propostas de governação apresentado outrora por Mahamudo Amurane, o então edil “encantador”, dos corações dos Nampulenses, cobardemente assassinado no dia 4 de Outubro de 2017,  na sua residência particular, arredores da cidade de Nampula.

Porém, a secretária do PAHUMO “não baixou os seus braços” e até conseguiu lutar de novo para a presidência do Conselho Autárquico de Nampula, tendo sido “derrotada”, por Paulo Vahanle, ex-edil desta autarquia. Mutoropa revelou que, um dos seus maiores sonhos, sempre foi e continua a ser o de dirigir os destinos da província de Nampula e não só, de modo a exaltar as mulheres que continuam ainda a não ser valorizada nos processos cívicos, apesar de a idade não estar a favorecer.

Em 2013, após ver o seu nome excluído do boletim de voto, “não deixou os seus créditos em mãos alheias” e foi atrás das instituições que gerem as eleições em Moçambique, nomeadamente, o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) e a Comissão Nacional de Eleições (CNE), através de vias legais para reivindicar os seus direitos.

Foi neste episódio em que Mutoropa quis acreditar nas forças da mulher, tendo afirmado que, a “mulher é capaz”,  em alusão a sua inclusão nos processos eleitorais, pese embora, reconheça, tratar-se de um caminho ainda sinuoso. A secretária do PAHUMO, Filomena Mutoropa, diz que, a participação da mulher nos órgãos de tomada de decisões continua fraca porque esta camarada social, tem sido prejudicada, apesar de algumas organizações não-governamentais defenderem a promoção da equidade de género.

Ainda assim, Mutoropa almeja resultados positivos no que concerne ao empoderamento da mulher, porque este estrato social, outrora desprezado, vem ganhando espaço nas diversas esferas tanto política, económica, bem como a social. A experiente mulher, lamentou o facto de ainda prevalecer a discriminação na esfera política, sustentando que, as mulheres do partido Frelimo são as que têm mais oportunidades e conquistas em relação as demais de outras formações partidárias.

Citou o exemplo, da celebração  do 7 de Abril, dia da Mulher Moçambicana, que é maioritariamente considerado pelas mulheres provenientes da Organização da Mulher Moçambicana, um dos braços social do partido Frelimo. Para secretária do partido  PAHUMO, as organizações que promovem o empoderamento da mulher têm de olhar para esse aspecto, chamando à razão ao partido Frelimo para eliminar o espírito de autoritarismo na celebração das efemérides do Estado.

“No ano antepassado assistimos a destruição de uma praça da OMM no distrito de Nacala-Porto, aquilo foi uma vergonha, porquê muitas das mulheres não têm vontade de participar e alegam ser uma festa das camaradas. Por isso, temos que inverter este cenário”, frisou.

Vida económica e social

Filomena Mutoropa tem dois filhos e seis netos, todos residentes na cidade de Nampula.  Para além de ser política,  ela é comerciante e conta actualmente com dois Botles Stores. Nos momentos livres, conversa com seus netos, dando lições de vida, sobretudo estratégias visando suprir o elevado custo de vida que o país enfrenta nos dias que correm.

Em termos de formação profissional, ela é professora e foi admitida no aparelho de Estado 1975 quando tinha 15 anos de idade, após ter concluído com sucesso a sexta classe. Teve uma passagem igualmente pela direcção distrital de educação em Nampula. 

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