Ossufo Momade em risco de perder regalias

As regalias atribuídas a Ossufo Momade, líder da Renamo, estão no centro de um intenso debate no cenário político moçambicano após as eleições de 09 de Outubro. Como líder do segundo maior partido da oposição, Momade usufrui de benefícios como transporte oficial, segurança privada e uma verba anual, o que tem gerado controvérsias.

Em 2014, a Assembleia da República aprovou o Estatuto Especial do Segundo Candidato Mais Votado para o Cargo de Presidente da República, criado para atender às reivindicações de Afonso Dhlakama, que questionava os resultados eleitorais. Contudo, Dhlakama, então líder da Renamo, nunca aceitou os valores e benefícios oferecidos.

Foi somente em 2020, após as primeiras eleições presidenciais sem Dhlakama, que Ossufo Momade aceitou o estatuto e as regalias associadas, recebendo anualmente cerca de 71 milhões de meticais para despesas justificáveis e outras não especificadas.

Se confirmada a derrota da Renamo nas eleições, Momade terá que devolver os bens do Estado e desocupar a residência oficial dentro de 30 dias, o que coloca pressão adicional sobre a sua liderança num momento crítico de confiança pública.

Analistas políticos estão atentos a como essa situação poderá afectar a imagem da Renamo e influenciar os eleitores nas futuras eleições. (Lourenço Soares)