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Sociedade

48 Jovens em Nampula transformam ideias em negócios com apoio da Orange Corners

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Recentemente, a cidade de Nampula foi mais uma vez palco de um dos maiores programas de estímulo ao empreendedorismo juvenil em Moçambique: o “Descola Nampula”. A iniciativa, organizada pela Orange Corners – Mozambique e implementada pela Ideialab, reuniu 48 jovens empreendedores de áreas diversas como agronegócio, comunicação, gestão de resíduos, tecnologia, moda, alimentação, educação, entre outras.

Durante dois dias, os jovens empreendedores mergulharam em sessões práticas centradas em quatro ferramentas essenciais: Persona, Proposta de Valor, Business Model Canvas e Pitch. A formação decorreu em regime presencial, promovendo também conexões e intercâmbio de experiências entre os participantes.

O “Descola” é um programa intensivo que visa dotar jovens com ferramentas práticas para desenvolver ideias de negócio viáveis e sustentáveis. Os participantes, com idades entre 18 e 35 anos, foram selecionados com base na clareza das suas propostas e residência na cidade anfitriã, um critério rigorosamente observado.

Segundo Carla Freia, facilitadora do programa e Flow Catalyst na Ideialab, em entrevista ao Jornal NGANI, revelou que a escolha de Nampula não foi aleatória. “Há um critério estratégico na escolha das cidades. Já levámos o Descola à Beira, Chimoio, Cabo Delgado e hoje voltamos novamente em Nampula. Acreditamos que o impacto em Nampula pode ser significativo, dada a juventude empreendedora e dinâmica que aqui encontramos.”

Carla sublinhou que o Descola é uma oportunidade ideal para jovens com ideias de negócio ainda em fase embrionária. “O Descola desperta o espírito empreendedor e fornece, num curto espaço de tempo, ferramentas valiosas para transformar uma ideia em modelo de negócio viável. É um processo intencional, prático e intensivo.”

Inclusividade e critérios de seleção

Embora não haja limitação em termos de sectores, participantes vão desde desenvolvedores de aplicativos à confeiteiros. Há um critério inegociável: Estar entre os 18 aos 35 anos de idade.

Quanto à localização, Carla, afirmou que se o programa é em Nampula, são aceites candidatos que estejam em outros pontos do país, desde que comuniquem a sua deslocação para o local da realização do evento, antes da seleção e se a candidatura estiver em condições.

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Na ocasião, foi também destacado o programa BIZ, outra iniciativa da Orange Corners. Ao contrário do Descola, o BIZ é um programa de incubação com a duração de seis meses. Oferece mentoria individual, aprofundamento em ferramentas como precificação e desenvolvimento de pitch, além de permitir acesso a um financiamento de 1000 euros. “O BIZ é mais robusto. Os empreendedores contam com acompanhamento contínuo e competições de pitch.’’ revelou Carla.

Jovens comprometidos com o futuro

Questionada sobre o envolvimento da juventude moçambicana no empreendedorismo, Carla foi assertiva: “Não há falta de envolvimento. Aqui em Nampula tivemos 48 jovens com vontade de aprender, inovar e crescer. Jovens que não estão na rua ‘à toa’, mas a investir em si e nos seus sonhos.” Ela também destacou o dinamismo da turma: “Foi uma turma proativa. Houve quem se ofereceu para organizar listas, criar votações, manter todos informados, e isso mostra que esses jovens estão prontos para agarrar oportunidades.”

Para os que não foram selecionados, Carla deixou uma mensagem de incentivo: “Não encarem como rejeição pessoal. Sempre que alguém não entra, explicamos as razões. E mesmo não sendo selecionado, isso é uma chance para rever sua proposta, testar o mercado e melhorar. Submeter projectos, enviar currículos, candidatar-se, tudo isso é parte do processo de crescimento e lapidação.”

Vozes da experiência: participantes falam

Antônio Meque, empreendedor no ramo do agronegócio, destacou a utilidade prática das ferramentas aprendidas. “Foi uma excelente experiência. Aprendi que é fundamental ter um plano bem definido, conhecer o cliente e alinhar objectivos antes de começar. Saio daqui com uma visão mais clara do que preciso melhorar.”

Ivan, envolvido com tecnologia, afirmou que o Descola foi uma virada de chave. “Já tinha iniciado o meu negócio, mas percebi que fazia muita coisa sem método. Aqui aprendi o que faltava. Estou motivado a seguir para o BIZ e aperfeiçoar ainda mais.”

Safi Chale Momade, empreendedora de 23 anos, conheceu o Descola pelas redes sociais. “Gosto de participar em eventos que me dão ferramentas para montar a minha empresa. Quero criar um fast food com capacidade de produção em grande escala. Participar do Descola foi crucial para estruturar essa ideia.”

O sucesso do “Descola Nampula” reforça a importância de expandir iniciativas semelhantes em outras províncias. Como sugere Carla Freia. “Se fizéssemos o Descola cinco vezes ao ano em cada província, quantos jovens seriam impactados? O potencial é enorme.”

Com programas como o Descola e o BIZ, a Orange Corners e a Ideialab demonstram que o ecossistema empreendedor moçambicano tem espaço para crescer, e que os jovens estão mais do que prontos para liderar essa transformação.

Por Lourenço Soares

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