Sociedade
Desmantelada maior boca de fumo em Nampula: 14 indivíduos detidos por consumo de suruma

A Polícia da República de Moçambique (PRM) em Nampula desmantelou, no último fim de semana, uma das principais bocas de fumo da cidade, resultando na detenção de 14 indivíduos, na sua maioria jovens com idades entre 23 e 30 anos, acusados de venda e consumo de estupefacientes, nomeadamente cannabis sativa, vulgarmente conhecida por suruma.
O grupo foi neutralizado numa residência localizada na zona do Centro Hípico, bairro de Carrupeia, após denúncias que indicavam a existência de um ponto de venda e consumo de drogas naquela área residencial. Entre os detidos encontra-se a proprietária do imóvel, apontada pela polícia como presumível líder da rede criminosa.
A porta-voz do Comando Provincial da PRM, Rosa Chauque, revelou a operação nesta segunda-feira (26), referindo que investigações estão em curso para localizar e desmantelar outras redes que continuam a semear pânico e insegurança em Nampula, a terceira maior cidade do país.
“Esta quadrilha dedicava-se à venda e consumo de cannabis sativa, vulgarmente conhecida por suruma, atuando na zona do Centro Hípico, em Carrupeia. Após tomarmos conhecimento da existência dessa casa, mobilizamos as nossas forças e conseguimos deter tanto os consumidores quanto a proprietária. Neste momento, decorrem diligências para localizar outras redes que atuam na província”, afirmou Chauque.
Versões contraditórias dos detidos
Entretanto, os acusados negam qualquer envolvimento com o consumo ou comercialização de drogas, alegando que foram surpreendidos no local enquanto tratavam de assuntos familiares. “Não se vende suruma na minha casa. Vivo apenas com o meu sobrinho, e a polícia encontrou a droga no quarto dele. Ele nunca deu sinais de consumo, nem de visitas suspeitas”, afirmou a proprietária da residência.
Por sua vez, o sobrinho também rejeita as acusações, considerando-as infundadas. “A polícia forjou tudo. Simularam que encontraram suruma no meu quarto, mas isso é apenas uma manobra para manchar a nossa imagem”, alegou.
Detenção de dois cidadãos por falsificação de documentos
No mesmo informe à imprensa, a PRM apresentou dois indivíduos oriundos da província de Cabo Delgado, acusados de falsificação de documentos de um suposto parente falecido. Os suspeitos utilizaram uma identidade falsa do malogrado para levantar dinheiro da conta bancária da vítima, tendo sido detidos em Nampula quando tentavam levantar 51 mil meticais.
“Estávamos no banco a levantar 51 mil meticais do meu padrasto, que era antigo combatente. Quando a família descobriu, alertou as agências bancárias de Cabo Delgado e, para evitar problemas, decidimos vir para Nampula”, explicou um dos detidos.
Por Agostinho Miguel