Cultura
Fernanda Ribeiro vence Prémio de Revelação Literária UCCLA-CMLisboa

A obra vencedora da 9.ª edição do Prémio Revelação Literária UCCLA-CMLisboa – Novos Talentos, Novas Obras em Língua Portuguesa foi atribuída ao romance “Cantagalo” da autoria de Fernanda Teixeira Ribeiro, de 40 anos, de nacionalidade brasileira e residente em São Paulo, Brasil.
O júri decidiu, igualmente, atribuir duas menções honrosas:
– Poesia “Chão de Saibro” de Frederico da Cruz Vieira de Sousa, brasileiro, de 42 anos, residente Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil;
– Romance “A Sintaxe da Guerra” de Joaquim Njungo Jeremias, angolano, de 29 anos, natural de Luena, província de Moxico, Angola.
De acordo com o júri, “Cantagalo” é “um romance de família, com Praxedes, nome obtuso, como centro da ficção. História de peripécias rápidas, diálogos vivos, o que atravessa este livro como rio subterrâneo é não só a condição feminina e a questão da escrita, mas a própria condição do Livro como possibilidade de escapar a uma vida vazia, concreta, feita de cenas sem sentido nesse lugar – Cantagalo – que é alegoria de todo o Brasil. Tudo numa dicção autêntica, um modo de pôr as personagens a falar que lembra, de facto, um outro mundo.”
Relativamente às menções honrosas, o júri refere que “Chão de Saibro” “reconduz-nos às experiências gráficas da poesia visual, da experimentação icónica do texto, transformando em verdadeiro texto-trama-tecido de palavras. Trata-se de um livro constituído por poemas onde o som e seus jogos se sobrepõem ao significado.”
No romance “A Sintaxe da Guerra” “África canta a sua dor”, onde os protagonistas “são alegorias de todos os que enfrentaram a guerra colonial. Trata-se de descobrir neste livro de prosa descritiva, de diálogos intensos, de fotografias aos interiores de vários infernos…, um modo de narrar que articula o performativo… com o romance social onde a mensagem da anti-guerra é só o nível mais óbvio desta voz comprometida.”
9.ª edição do prémio:
Esta edição foi lançada a 7 de maio de 2023 e encerrada a 3 dezembro de 2023. Recebemos 168 candidaturas nesta edição oriundas de 15 países: Ásia (Timor-Leste), África (Países de Língua Portuguesa e Senegal), América (Brasil), Europa (Alemanha, Polónia, Holanda, Reino Unido, Suíça), e Médio Oriente (Israel). De referir que o Brasil tem sido o país com o maior número de candidaturas. Infografia desta edição – https://www.uccla.pt/sites/default/files/infografia_premio_literario_uccla2023_24.pdf
Júri desta edição: Domício Proença, Brasil; Germano Almeida, Cabo Verde; Hélder Simbad, Angola; Inocência Mata, São Tomé e Príncipe; Pires Laranjeira, Portugal; Luís Carlos Patraquim, Moçambique; Luís Costa, Timor-Leste; Tony Tcheka, Guiné-Bissau; Yao Jing Ming, Macau; pelo Movimento 800 anos da Língua Portuguesa – João Pinto Sousa; pela UCCLA – Rui Lourido.
Vencedores das edições anteriores:
– 2023:
Primeiro prémio em ex aequo:
“Breviário de Medo e Malícia” de Leonel Araújo Barbosa, de 38 anos, de nacionalidade portuguesa, residente em Lisboa;
“Sentido Litoral” de André Bazzoni Bueno, de 44 anos, de nacionalidade brasileira, residente em Santa Cruz Cabrália, Bhaia;
Menções honrosas em ex aequo:
“Os Poemas Figurativos” de Paulo Jorge Monteiro Marques, de 52 anos, de nacionalidade portuguesa, residente em Lisboa;
“Sete Contos Insensatos” de Emanuel Vasconcelos Barbosa, de 56 anos, com dupla nacionalidade Portugal/Cabo Verde, residente no Estoril, Portugal.
– 2022:
1.º Prémio – “Caligrafia” de Alexandre Siloto Assine, brasileiro;
Menção Honrosa – “Três Dias em Fevereiro” de Ricardo Ferreira de Almeida, português;
– 2021:
“O Sonho de Amadeu” de Leonardo Costa Oliveira, brasileiro;
– 2020:
“O Heterónimo de Pedra” de Henrique Reinaldo Castanheira, português;
– 2019:
“Praças” de António Pedro Serrano de Sousa Correia, português, natural de Angola;
– 2018:
“Equilíbrio Distante” de Óscar Maldonado, de nacionalidade paraguaia, a residir em São Paulo, no Brasil;
– 2017:
“Diário de Cão” de Thiago Rodrigues Braga, de nacionalidade brasileira, natural de Corumbá, Goiás, Brasil;
– 2016:
“Era uma vez um Homem” de João Nuno Azambuja, de nacionalidade portuguesa.