Opinião
Eleições como momento de festa

É uma frase recorrente no discurso dos “camaradas”. Não interessa o tipo de votação em que estão, para eles as eleições são sempre um momento de festa.
Essa frase, que virou um chavão obrigatório entre os “camaradas”, sempre me fez espécie, pois nunca compreendi o seu alcance. Para mim as eleições, sejam elas autárquicas, provinciais, legislativas ou presidenciais, são um momento de grande responsabilidade cívica dos cidadãos. E não necessariamente de festa! É através das eleições que os cidadãos escolhem, mais do que pessoas e partidos, projectos políticos que vão estruturar as suas vidas durante cinco anos.
Portanto, as eleições hão-de ser, nessa perspectiva, um momento de reflexão. Reflexão sobre o futuro de Moçambique. E isso não se faz numa festa, que normalmente é um momento de celebração, de descontração e, não poucas vezes, de desvarios e excessos.
Mas para as eleições deste ano podemos falar de momento de festa. E de grande responsabilidade, claro! As eleições de 9 de Outubro são momento de festa para milhões de moçambicanos que, finalmente, acreditam que vão colocar ponto final à era de Filipe Nyusi, uma era de sofrimento, de empobrecimento e de recuo como Nação.
O fim da era Nyusi é o fim de muitas coisas: fim deste Governo que tem na incompetência a marca indelével, fim da arrogância da FRELIMO que na figura de Roque Silva tem o seu porta-estandarte, fim do Celcismo SUSTENTAdo pelos milhões do Banco Mundial.
O fim da era Nyusi marca também o fim de “muitas eras” na justiça: fim da era de Bernardino no Comando-geral da PRM marcado pelo aumento de tráfico de drogas, aumento dos raptos, aumento de crimes violentos e hediondos (feminicídio e assassinatos) e, mais grave, pelo conflito em Cabo Delgado.
É o fim da era Buchili na PGR…
Rui Lamarques