Município de Nampula adquire 8 novos autocarros com estradas péssimas

O Conselho Autárquico da cidade de Nampula apresentou, esta quinta-feira (30), oito novos autocarros para reforçar o transporte público, numa tentativa de minimizar a crise de mobilidade que se vem agravando nos últimos dias na capital do Norte.

Os autocarros fazem parte do pacote de aquisição de 50 viaturas, anunciado recentemente pelo edil Luís Giquira, no âmbito da melhoria da mobilidade urbana para cerca de 700 mil habitantes. Segundo o edil, as novas viaturas estão equipadas com tecnologia GPS, permitindo controlar desvios de rotas que têm sido motivo de queixas por parte dos cidadãos.

Durante a cerimónia, Giquira pediu aos motoristas que respeitem o horário de circulação definido, das 4h às 20h, e garantam a segurança dos veículos. “Queremos deixar claro que seremos implacáveis contra o desvio de rota. Aconselho motoristas e passageiros a usarem as viaturas de forma adequada para a durabilidade das mesmas”, alertou.

A aquisição dos autocarros custou mais de 37 milhões de meticais, fundos resultantes de impostos e taxas municipais. Com esse reforço, a cidade de Nampula passa a contar com 15 autocarros em circulação, graças também à recuperação de sete viaturas anteriormente inoperacionais, adquiridas durante o mandato de Mahamudo Amurane.

Sobre a condição precária das vias de acesso, o edil reconheceu o problema e prometeu intervenções assim que terminar o período chuvoso. “Estamos cientes da degradação das estradas, mas assim que as chuvas cessarem, vamos arrancar com obras de reabilitação em troços críticos, como Namiepe, no bairro de Namicopo”, garantiu.

Transparência e modernização do sistema de pagamento

Além do reforço da frota, a administração municipal implementou recentemente máquinas automáticas de emissão de senhas nos autocarros, uma medida para combater fraudes e aumentar a eficiência no atendimento aos passageiros.

Recorde-se que o Jornal NGANI, em Julho de 2024, revelou um escândalo de corrupção no Conselho Municipal de Nampula, que denunciou o desvio de mais de 373.500,00 MZN mensalmente através da prática conhecida como “Tai-Chi”, onde cobradores não emitiam recibos aos passageiros. Uma reportagem que evidenciou a fragilidade na fiscalização dos transportes municipais, permitindo a apresentação de receitas falsas. (Agostinho Miguel)