Eleições Gerais 2024
Venâncio Mondlane anuncia semana de manifestações contra assassinatos em Moçambique

Num apelo contundente à acção, Venâncio Mondlane, líder do actual maior partido da oposição em Moçambique, anunciou há instantes uma paralisação de actividades e uma manifestação de uma semana, intitulada “MANIFESTAÇÃO CONTRA O ASSASSINATO DO POVO MOÇAMBICANO”. Com um chamado à luta, Mondlane enfatizou que enquanto muitos lutaram por anos, é hora de dedicarmos esta semana para nos libertarmos do “colono preto” que representa a opressão. O protesto ocorrerá de 31 de Outubro à 7 de Novembro, culminando com o simbólico “Dia da Libertação do Colono Preto”.
“Alguns tiveram que lutar 10 anos. Outros por 16 anos. E nós vamos lutar uma semana. Vamos dedicar uma semana da nossa vida a lutar para nos libertarmos do colono preto, que é a Frelimo.” Este forte apelo destaca a determinação do líder da oposição e a urgência de uma mobilização popular para enfrentar os desafios que a população moçambicana vem enfrentando.
Venâncio Mondlane criticou a politização da Polícia da República de Moçambique(PRM), que, segundo ele, tem agido sob ordens partidárias, violando os direitos dos cidadãos durante as recentes manifestações. “Não queremos que as forças de segurança sirvam a um partido. Esses comandantes estão todos corrompidos”, declarou Mondlane.
O chamamento para a manifestação surgiu após um incidente violento no distrito de Mecanhelas, na província de Niassa, onde a polícia disparou contra apoiantes do partido PODEMOS durante um protesto contra os resultados eleitorais que favorecem a Frelimo. O confronto, ocorrido a 26 de Outubro, resultou em ferimentos entre os simpatizantes do PODEMOS, enquanto os membros da Frelimo assistiam como o “massacre” com cânticos e gritos de alegria.
“O que aconteceu em Mecanhelas não deve se repetir”, disse Venâncio Mondlane.
A convocação para a manifestação estende-se à todos os cidadãos das províncias e distritos a se unirem na capital no dia 07 de Novembro.
A manifestação visa mobilizar cerca de 4 milhões de moçambicanos e surge num contexto de crescente descontentamento após a divulgação dos resultados provisórios das eleições de 09 de Outubro, amplamente considerados fraudulentos.