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Opinião

E se pensássemos numa nova capital para Moçambique!

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Recentemente me deparei com uma imagem que retrata uma realidade impressionante e preocupante da cidade de Maputo. A imagem em questão mostra a situação das enchentes recentes na capital, com carros quase submersos na água. No entanto, o que mais chamou a atenção foi outra foto sobreposta, em preto e branco, datada dos anos 50, mostrando um cenário semelhante de enchentes e carros quase engolidos pelas águas.

Embora essa realidade não tenha-me deixado chocado, deixou-me reflexivo. Afinal, eventos naturais como enchentes podem ocorrer em qualquer país, muitas vezes surpreendendo-nos com sua intensidade, superando até mesmo nossas previsões mais pessimistas. No entanto, o que é mais preocupante são os problemas estruturais subjacentes que persistem ao longo dos anos, sem solução aparente.

Um dos maiores desafios é a falta de medidas claras para eliminar as causas dessas enchentes recorrentes. Já conhecemos essas causas há algum tempo: um sistema precário de saneamento, a proliferação de plásticos nos esgotos e o crescimento populacional descontrolado, acompanhado pela expansão urbana desordenada e construções inadequadas que comprometem ainda mais o sistema de drenagem de águas pluviais.

É crucial que as autoridades locais e nacionais adoptem medidas eficazes e urgentes para enfrentar esses problemas estruturais de forma abrangente. Isso inclui investimentos em infraestrutura de saneamento, a implementação de políticas para reduzir o uso de plásticos descartáveis e a promoção de um planeamento urbano sustentável que leve em consideração os riscos ambientais. Somente assim poderemos evitar que tragédias como essas se repitam no futuro e garantir um ambiente mais seguro e resiliente para todos os habitantes de Maputo e além.

Para além destas medidas, é imperativo que o governo embarque numa jornada transformadora para realinhar as suas estratégias de desenvolvimento com as realidades em evolução do nosso tempo. Refletindo sobre um projeto que capturou a atenção há anos, “Uxene”, agora aparentemente relegado para a periferia do discurso, torna-se evidente que o governo de Moçambique deve conceber e concretizar uma nova capital que responda às exigências de um mundo globalizado — uma capital emblemática de paisagens urbanas futurísticas.

Num país abundante em terras, particularmente na província de Maputo, a pitoresca região de Maluana emerge como candidata principal para tal empreendimento. Aninhada no topo de um terreno elevado e lar do prestigioso Centro de Pesquisa em Ciência e Tecnologia, Maluana apresenta um cenário ideal para criar uma metrópole moderna que integra de forma harmoniosa tecnologia de ponta, princípios de design sustentável e planeamento urbano inovador.

Portanto, como diz sabiamente o ditado, “Não se pode esperar resultados diferentes fazendo as mesmas coisas”, o nosso caminho a seguir deve ser sustentado por uma mentalidade futurista — uma que promova a criatividade, a inclusão e a resiliência.

De facto, à medida que a capital atual enfrenta as pressões da superpopulação, infraestruturas desatualizadas e problemas estruturais como engarrafamentos intermináveis e ruas já congestionadas devido ao crescente número de veículos, percebemos que o sistema de saneamento projetado no século passado para uma população limitada está sobrecarregado. Esses desafios evidenciam a necessidade premente de adotar uma abordagem progressista e futurista.

Portanto, é somente por meio de ações audaciosas e visionárias que podemos trilhar o caminho rumo a uma nova era de prosperidade, sustentabilidade e progresso para Moçambique e seu povo.

Mais não disse!

_Por Ananias Chomola_

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