Política
Giquirito desmantela “boladas” de Vahanle na gestão do município de Nampula

O presidente do Conselho Autárquico de Nampula, Luís Giquira, diz ter descoberto a existência de uma rede de funcionários “fantasmas” que auferia salários na autarquia de Nampula, supostamente montada pelo anterior executivo liderado por Paulo Vahanle, do partido Renamo, para “sacar” indevidamente fundos do erário público.
NGANI apurou que após a tomada de posse como edil de Nampula, Luís Giquira, mais conhecido por “Giquirito”, começou por fazer uma auditoria no sector dos recursos humanos, com o intuito de saber, o número total dos funcionários em exercício na autarquia de Nampula. Na ocasião, Giquirito constatou que dos mais de 2 mil funcionários do município de Nampula, apenas 34 é que se encontram em situações legais, mais de 1000 sem visto do tribunal administrativo, exercendo funções com contratos caducos, para além de 489 funcionários fantasmas.
O actual autarca de Nampula que parece estar a fazer “caça às bruxas”, referiu que o município da apelidada capital do norte perdia em média mensal, 7 milhões de meticais em resultado do pagamento de um total de 489 funcionários fantasmas.
“Quando assumimos a presidência do município de Nampula, fizemos o mapeamento de funcionários, para saber o número total deles e suas áreas de actividades e constatamos a existência de 489 funcionários que estavam a receber salários indevidamente, porque até hoje, não apareceram nas nossas instalações para fazer o comprovativo da sua existência”, frisou tendo acrescentado que, a ideia não visa expulsar os funcionários como tem sido propalado.
O edil acrescentou que a acção criava embaraços na folha salarial pois limitava a realização de outras actividades do município com vista a melhoria da vida dos munícipes. “Com o desmantelamento desta rede, reduzimos dos 25 milhões de meticais para 18 milhões de meticais, como despesa para o pagamento dos funcionários da edilidade e achamos que o valor vai nos ajudar a resolver outras preocupações dos nossos munícipes, tais como melhoramento de vias de acesso, saneamento de meio, entre outras”, sublinhou.
Giquira informou ainda que vai manter encontro com os mais de 1000 funcionários para perceber de cada um, a sua situação e procurar sanar estes “solavancos” que mancham o funcionamento pleno da autarquia de Nampula. O edil diz que esse fenómeno gerou controvérsia na edilidade e como consequência, o grosso número de funcionários ainda não viu o salário nas suas contas bancárias.
“Acreditamos que, daqui alguns dias, os funcionários que ainda não têm salários vão ter, depois de nos provar a sua existência. Aliás, alguns que estavam reclamando e que achamos ser legítimas as reivindicações já iniciamos com os pagamentos”, revelou.
A denúncia do presidente do conselho autárquico de Nampula foi feita recentemente à margem da realização da primeira sessão ordinária da Assembleia Municipal de Nampula que tinha de entre vários pontos de agenda, apreciação e consequente aprovação da conta gerência para os próximos 5 anos.
Bancadas parlamentares preocupadas com comportamento do edil
As bancadas da Renamo e do Movimento Democrático de Moçambique, (MDM), acusam o edil de Nampula de querer expulsar os funcionários efetivos do município, para supostamente colocar os seus camaradas da Frelimo.
Para o chefe da bancada da Renamo, Estevão Antonio, Giquirito está a ser guiado por interesses partidários e o seu comportamento visa implantar a anarquia no município de Nampula. “Queremos desde já reiterar que esta casa é do povo e não do partido Frelimo. Temos que trabalhar pensando nos munícipes de Nampula. Ao invés de estarmos a promover ódio ou intrigas. É importante respeitar a vontade popular”, disse.
Por sua vez, Carlos Saíde, do partido MDM, considera que a falta de pagamento de salários aos funcionários do Conselho Autárquico de Nampula, demonstra a incapacidade de gestão do actual executivo municipal liderado por Luís Giquira oriundo de eleições fraudulentas.