Plataforma DECIDE e H2N unidos pela transparência das Eleições Gerais de Outubro

No âmbito do projecto CORAGEM, a H2N, em parceria com a Plataforma DECIDE, do Instituto para o Desenvolvimento Económico e Social (IDES), deu início a uma série de formações focadas em observação eleitoral e direitos humanos.

A primeira formação decorreu no último sábado (17), em Nampula, com 75 observadores oriundos de diferentes pontos desta circunscrição geográfica, onde foram chamados a promover a cultura de transparência, integridade e inclusão durante as eleições gerais de 2024, com especial atenção aos direitos humanos e à participação de mulheres, jovens e pessoas com deficiência.

O director do projecto CORAGEM, Hélder Xavier, informou que, o evento tinha por objectivo, munir os observadores com conhecimentos sobre os processos eleitorais, face às eleições gerais marcadas para o dia 9 de Outubro próximo.

“Esperamos que cada um de vocês colabore com os jornalistas das rádios comunitárias apoiadas pelo CORAGEM, ajudando na produção de evidências sobre os principais acontecimentos do processo eleitoral”, disse para depois acrescentar que, “a informação em tempo real que vocês fornecerão para as plataformas DECIDE e CONTROLA será crucial para monitorar o processo e fortalecer a democracia em Moçambique”, frisou.

Por seu turno, o director da Plataforma DECIDE, Wilker Dias afirmou que com a formação os observadores terão a oportunidade de reportar os ilícitos eleitorais a tempo e hora.

“Desta feita pretendemos dotar os observadores das diversas províncias e do país com ferramentas capazes de reportar os ilícitos a nação moçambicana. Vamos trabalhar muito com ferramentas tecnológicas. Em breve vamos lançar um aplicativo que vai permitir as pessoas acessar em qualquer parte do mundo tudo o que vai acontecendo em torno de todo o processo eleitoral. Faremos esse trabalho juntamente com as rádios comunitárias.

Dias assegurou que formações do género terão lugar em todas as províncias do país e prevê abranger mais de 200 observadores com os mesmos propósitos.

Também explicou que uma das inovações desta formação tem a ver com  o uso das tecnologias como uma alternativa de fazer chegar aos moçambicanos as ocorrências do processo eleitoral.

“Pois nós bem sabemos que por vezes temos tido problemáticas funcionais em termos daquele que é o nosso factor comunicacional a nível nacional. Por essa razão pretendemos dotar os observadores de ferramentas capazes de debelar esses tipos de questões em caso de ocorrências, a componente tecnológica com a sua rapidez na apresentação dos dados é um dos nossos principais objectivos ligado ao acompanhamento das violações dos direitos humanos, que é um dos nossos pilares fortes com os nossos parceiros H2N e a USAID”, disse.

 O nosso interlocutor referiu que a capacitação visa também estreitar os laços de cooperação com os órgãos de comunicação social principalmente, as rádios comunitárias.

Sílvia Sumbrane, especialista sênior do projecto CORAGEM implementado pela H2N louvou a iniciativa porque, segundo ela, vai assegurar a monitoria da observação eleitoral a nível dos distritos na identificação dos ilícitos eleitorais.

“A expectativa que temos em relação aos observadores cá capacitados é positiva e boa, porque tendo em conta que teremos observadores eleitorais dentro das comunidades onde o CORAGEM tem vindo a trabalhar vai aumentar não só o conhecimento em relação a temática dos direitos humanos. Mais do que nunca, os observadores com o uso das ferramentas tecnológicas disponibilizadas pelo DECIDE vão nos permitir ter informação sobre tudo que estiver a acontecer ao nível da campanha eleitoral e do processo de votação em tempo real. É uma grande valia termos esta parceria, não porque teremos mais pessoas envolvidas nesse processo, mas também porque teremos a capacidade de reforçar as nossas rádios comunitárias através dessa coordenação entre os observadores e os jornalistas, no sentido de permitir o reporte da informação obtidas no campo de forma atempada”, sublinhou.

O evento teve a duração de um dia e foi dividido em dois módulos, o primeiro tem a ver com o processo de observação eleitoral na sua plenitude e o segundo modulo está relacionado com a questão dos direitos humanos em período de processos eleitorais. (Victor Xavier)