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Eleições Gerais 2024

Tensão pós-eleitoral: Venâncio Mondlane boicota encontro com Nyusi para diálogo e anuncia novas medidas

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Num dia marcado com enorme expectativa sobre o futuro do país, face a onda dos protestos contra os resultados eleitorais anunciados pela Comissão Nacional de Eleições que atribui vantagem a Frelimo e Daniel Chapo, o encontro que havia sido agendado pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, não aconteceu, devido a ausência de Venâncio Mondlane, candidato presidencial pelo partido PODEMOS.

A reunião tinha como objectivo discutir a situação pós-eleitoral que tem gerado protestos e tensão no país. A ausência de Mondlane foi um golpe para as negociações, já que ele tem sido apontado como sendo a principal figura das manifestações que vêm tomando conta das ruas de Moçambique.

Em um discurso transmitido ao vivo nas redes sociais, particularmente o Facebook, Mondlane justificou sua ausência, alegando que não recebeu resposta a uma carta que enviou ao Presidente da República, na qual apresentou uma lista de 20 pontos, incluindo a “reposição da verdade eleitoral” e a “responsabilização dos autores da fraude eleitoral”.

Na ocasião, Mondlane criticou a falta de vontade do Governo para resolver os problemas que afligem a maioria dos moçambicanos, acusando a Frelimo de adoptar uma postura autocrática.

A crise política, que se agravou após o anúncio dos resultados eleitorais pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), resultou em manifestações em várias regiões do país, gerando confronto entre a polícia e manifestantes, na sua maioria jovens.

Mondlane, que se encontra em parte incerta, depois de a polícia ter disparado contra a sua caravana, exigiu que os processos judiciais em curso contra ele, fossem suspensos e solicitou sua participação no encontro de forma virtual por questões de segurança.

No encontro se fizeram presente apenas os três candidatos nomeadamente, Daniel Chapo (Frelimo), Ossufo Momade (Renamo) e Lutero Simango (MDM).

Mesmo com a ausência de Mondlane, Nyusi prometeu que esforços serão empreendidos para o alcance da estabilidade social no país, embora não tenha informações sobre o paradeiro do candidato presidencial.

Por outro lado, Ossufo Momade, líder da Renamo, afirmou que é essencial que o político esteja presente para que o diálogo tenha sucesso. Ele destacou a importância de uma solução que envolva os principais actores políticos e que não exclua a liderança de Mondlane, que continua a mobilizar protestos em todo o país.

Enquanto Lutero Simango, do MDM, também expressou preocupação com a falta de uma justificativa clara da ausência de Mondlane.

Mondlane anuncia novas medidas

Durante uma transmissão em directo, na sua página do facebook,  Mondlane anunciou novos protestos para os próximos três dias. A partir desta quarta-feira, 27 de Novembro, segundo Mondlane, os moçambicanos devem estacionar seus veículos nas ruas, exibindo cartazes de protesto. Os participantes deverão, igualmente, permanecer com seus carros estacionados na via pública entre as 08h00 e as 15h30.

Além disso, Mondlane pede que os cidadãos entoem o Hino Nacional e o Hino da África durante o dia, culminando com o tradicional panelaço à noite (21 horas), como mecanismo para pressionar o Governo e o Conselho Constitucional a trazer a verdade eleitoral.

A situação em Moçambique permanece tensa, com manifestações que já resultaram em pouco mais de 50 óbitos e  vários feridos. Em comunicado partilhado à imprensa o Conselho Constitucional afirmou estar a trabalhar para resolver as questões eleitorais, prevendo a proclamação dos resultados finais até 23 de Dezembro, mas a instabilidade continua a tornar-se cada vez uma realidade. (Lourenço Soares)

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