Sociedade
“Há necessidade de uso de ferramentas digitais para a recolha de dados”

No segundo e último dia da realização da conferência internacional de jornalismo investigativo que decorre desde quinta-feira, em Maputo, Bonguiwe Tutu, um dos oradores do tema sobre “Como os jornalistas podem aproveitar as tecnologias digitais para realizações mais eficazes e alcançar novos públicos?”, defende a necessidade de uso de ferramentas tecnológicas tal é o caso de software para a recolha de dados, com vista a divulgar as reportagens.
Tutu desafia aos jornalistas investigativos a procurar iniciativas de financiamentos para que, no acto de recolha dos dados não tenham dificuldades.
Vincou a necessidade de os homens de “caneta e bloco” baseado no continente africano, a aproximar as redes de investigação internacional com vista a trocar experiência no campo investigativo.
“Existem muitas redes de jornalistas investigativos. Queria exortar a todos a aproximar essas redes de modo que possam estar a par daquilo que acontece a nível do mundo ”, instou.
Por sua vez, Amanda Ross, elencou algumas ferramentas digitais que possam facilitar os jornalistas investigativos na buscar de dados ou notícias relevantes tais como, Google Pointer, Google Trends, Google Eart.
“Estas ferramentas facilitam com que os jornalistas acessem com precisão os documentos, e recuperam informações passadas, para além de fazer medições sobre determinados projectos, a exemplo de mina de Moatize, na província de Tete”, disse.
Já para a renomada jornalista Selma Inocência, o jornalismo encontra-se numa fase bastante avançada, e para tal, requer que os repórteres adaptam-se as realidades hodiernas.
“Ha uma grande competição no que concerne a mídia digital. O jornalismo clássico já está a ser banalizado por conta das tendências tecnológicas. Nos dias actuais, notamos um sentimento dos usuários em determinado tema. É possível perceber em que zonas a população reclama de um determinado caso para a intervenção do repórter”, frisou.
Enquanto isso, Ana Valacco defende a necessidade de os jornalistas investigativos saberem interpretar os factos, guiando-se pelos princípios de ética e deontologia profissional, de modo a evitar a disseminação de Fack News. (Agostinho Miguel)