Sociedade
Assaltos com recurso a armas de fogo aumentam a cada dia em Nampula
A circulação de armas de fogo em mãos alheias na cidade de Nampula e o consequente aumento da criminalidade, já está a ganhar contornos alarmantes nos últimos dias na cidade de Nampula.
Apesar dos esforços levados a cabo pela Polícia da República de Moçambique (PRM) e os Serviços Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) desta parcela do país, que fazem de tudo com a vista a neutralizar as redes de malfeitores, o ambiente de medo resultante das incursões dos criminosos um pouco por todos os bairros da cidade, sobretudo neste período em que aproxima a quadra festiva de natal e de fim de ano, continua a tirar sono as pessoas.
A situação em causa tem vindo a inquietar os munícipes desta circunscrição geográfica, que questionam sobre a origem das armas, uma vez que as mesmas só deveriam pertencer as forças de defesa e segurança, aventando-se a hipótese de se tratar de um circuito, que envolve agentes de má-fé da PRM e das forças de defesa e segurança que distribuem aos criminosos.
Santos Bonzo e Manecas Sauce ambos residentes na cidade de Nampula falaram ao NGANI dizendo que se trata de uma situação preocupante e que deve ser combatida o mais rápido possível, sob risco de estar-se a registar um novo ciclo de matanças. “Acredito que deve ser a mesma gang, uma vez que ainda não foram identificados, vão aos poucos intensificando as suas acções. Gostaríamos que a polícia trabalhasse para eliminar essa rede, assim como impedir a circulação de armas de fogo a cidadãos alheios, porque este é um cenário que já tinha passado para a história na nossa cidade “, disseram de forma unânime.
Na última quarta-feira, uma quadrilha composta por cerca de cinco cadastrados munidos de duas armas de fogo do tipo AK-47, introduziram-se no interior de uma da das lojas do grupo Novos Horizontes, em plena luz do dia, empresa vocacionada na produção e venda de frangos, ovos entre outros produtos, tendo-se apoderado de valores monetários estimados em pouco mais de três milhões de meticais.
De acordo com informações colhidas pelo nosso jornal, os supostos meliantes vinham transportados por uma viatura do tipo turismo e introduziram-se na loja fazendo-se passar por clientes e a posterior sacaram as armas de fogo, imobilizando os trabalhadores da empresa em causa de depois fugiram.
Supõe-se que os mesmos estavam a seguir um dos trabalhadores afecto ao sector de recolha de valores resultantes das vendas para o respectivo depósito bancário, e que no acto do assalto acabava de chegar de uma outra loja onde recolhera perto de dois milhões de meticais, valor que seria acrescido com o da loja ora assaltada. “Eles chegaram na maior calma sem ninguém desconfiar, foram consultando o custo dos produtos, e de seguida, encerraram as portas e com recurso as AK-47 exigiram para que fossem entregues apenas o dinheiro. Vasculharam tudo e conseguiram pegar o dinheiro e em tempo recorde puseram-se em fuga, colocando todos os trabalhadores em pânico, mas sem ferir ninguém “, disse um dos trabalhadores, que falou na condição de anonimato.
Minutos depois foram accionados os homens da corporação policial que se fizeram à loja, tendo de seguida recolhido os mais de dez trabalhadores que se encontravam no local para a primeira esquadra da PRM, onde igualmente foram recolhidos os telemóveis dos mesmos para efeitos de investigação. A recolha dos trabalhadores foi apenas para a perícia e posteriormente foram colocados em liberdade, ficando na posse da corporação apenas os telemóveis. A PRM assim como o SERNIC, ainda não se pronunciou em torno deste crime, mas ao que tudo indica, os homens estão no terreno com vista a encontrar pistas e neutralizar os meliantes.
Este é o segundo caso de assalto com recurso a arma de fogo na cidade de Nampula, sendo que o primeiro deu-se num passado recente onde indivíduos ainda a monte roubaram dinheiro da empresa de segurança privada de transporte de valores na boca de entrada do balcão de um dos balcões do Banco Comercial e de Investimento (BCI) arredores da cidade de Nampula, uma operação, também feita a luz do dia. (x)
ERRATA Na edição 111, publicamos por lapso e sem ouvir os lesados, uma matéria sobre o envolvimento da empresa de construção civil RRJ, no projecto de obras não concluídas financiadas pelo Banco Mundial, no âmbito do projecto Sustenta. Pedimos as nossas sinceras desculpas pelos transtornos causados a RRJ.