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Opinião

Cade Bernardino Rafael? Cade o Bispo? Cade a Mana Ribeiro?

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Vim à Lisboa de propósito! Queria lavar a minha alma e continuar a sonhar! Quis ver in lococomo se organizam eleições livres justas e transparentes num país civilizado! Depois do que vi nas eleições de 11 de Outubro, quis lavar a minha alma e ter a certeza de que no país não temos um Partido Político! Temos bandidos e ladroes! Sim, foi preciso sair da minha cidade, do meu país e do meu continente para lavar a minha alma! Estava a precisar! Uma eleição limpa, melhor limperrima! Foi tangencial. Tudo nas mãos do estratega Marcelo que com martelo e escopro esgrimiu as linhas da política em Portugal e a segunda conseguiu devolver o poder ao “seu” PSD!

Depois de anos haviam feito o mesmo, ao dissolver a Assembleia, mas o povo português deu-lhe uma lição e entregou uma maioria qualificada ao PS do maestro da política portuguesa! Um foi Professor do outro! Ambos exímios xadrezistas como Portugal não verão nos próximos tempos! A democracia a funcionar com transparência, honestidade e justiça! Votaram 6 milhões de eleitores, a votação começou tangencialmente pela manhã às 8h, terminou pontualmente às 20h15 e depois começaram a sair resultados parciais para as 22h30 se saber quem era o vencedor.

Não foi necessário um mês. Não vi tanques na rua! Não vi a PSP nem a GNR armada até aos dentes! Não vi a Marinha Portuguesa de sobressalto nem as forças especiais na rua! Aliás, andei nas ruas de Lisboa e da Portela onde vi uma paz sublime! As pessoas foram à missa! Rezaram e votaram! Uns de manhã e outros ao fim de dia! De forma ordeira! Sem delongas nem manhas, nem truques! Sem coerção nem impedimentos! As sondagens davam uma margem mais folgada ao PSD, mas no fim da corrida a margem foi mais apertada! E “ganhou” relativamente o Chega, que muitos não gostam nem a Esquerda nem a Direita e muito menos a maioria da imprensa! Mas para surpresa de todos, saiu com cerca de 18 a 19 por cento dos votos expressamente válidos: no dizer de André Ventura, o Chega quadruplicou o número dos votos batendo a fasquia de um milhão de portugueses que acreditam no Partido! É obra…!

Da CNE falou apenas o Porta-voz e disse nada ou quase nada! Os protagonistas das eleições portuguesas foram o povo soberano! Não foi a PSD ou a GNR! Não foi o STAE que não existe! E nem foi a CNE! Confesso que até agora não conheço o presidente da CNE português porque não é necessário conhecê-lo!

Na sexta-feira assisti no Campo Pequeno a festa do encerramento da Campanha do PSD, uma festa linda e sem ofensas! Reencontrei amigos e criei outras amizades! Não vi gás lacrimogéneo nem polícias a paisana, infiltrados na festa! Vi todas as TVs lá! Sem discriminação e no dia da contagem não vi lives de Marcos desta vida frabricando resultados antes da hora, colaborando com os fraudulentos, criando confusão na cabeça dos eleitores! Vi sim uma imprensa adulta, políticos adultos e profissionais adultos! Vingou a democracia portuguesa!

Aqui para vencer basta ter a votação do povo! Não há necessidade de vencer o administrador do distrito, que aliás não existe, não há necessidade de vencer o Governador Provincial que afinal foi abulido! Não há necessidade de vencer a Secretaria de Estado que não existe! Aqui há autarquias e governo central! Todo o capim do meio foi limpo e arrumado no caixote da história! Aqui para vencer não precisam de vencer o STAE! Nem a CNE! Nem a televisão estatal e muito menos a televisão privada, que faz o “servicinho” ao sistema! Aqui para vencer não é preciso vencer a Procuradoria-Geral da República e muito menos o Conselho Constitucional! Aqui para vencer não vi ninguém abordar os embaixadores, diplomatas! Aqui não vi pronunciamentos do Embaixador dos EUA e nem vi comunicados de zelosos diplomatas da União Europeia, Suíça, Reino Unido da Grã Bretanha ou Canadá preocupados com a transparência! Aqui para ganhar não precisamos de percorrer dez países em 15 dias alertando sobre a fraude! Aqui para vencer não vi o Ministro Cravinho chamando e ameaçando diplomatas acreditados com um tom mal-educado de “não queremos ingerência em assuntos internos” como se democracia fosse um assunto interno nos dias da globalização! Por último vi com meus olhos que numa democracia verdadeira para vencer o povo não precisa de marchar durante 44 dias e noites ininterruptamente! Aqui para vencer os partidos precisam apenas vender o seu peixe!

E assim o fizeram o PSD, o PS, o Chega, o PAN, o Bloco da Esquerda! O Livre! O CDU, a Nova Direita entre outros! Só me arrependi de não ter trazido o Lole para continuar a sonhar com um país livre e democrático! Só me arrependi de não ter trazido a Inês, a Ivone para que soubesse que no mesmo dia das eleições é possível ter os resultados e que não é preciso perguntar como ela o faz o dia todo: Quem ganhou? Só me arrependi de não ter trazido a Vicky para que saiba que em países civilizados não precisas de ficar 20 dias em casa sem aulas só porque há eleições! Só me arrependi de não ter trazido a Minducha para que saiba que não precisava sair à rua, mobilizar as colegas e marchar durante 44 dias!

De forma ordenada como acontece em competições desportivas primeiro falou a nação o Líder do Chega, André Ventura! Anunciou a sua “Victoria relativa”, traçou as suas expectativas e agradeceu ao povo português! Deixou alguns recados tanto a Direita como a Esquerda! De seguida e de forma civilizada falou o Pedro Nuno Santos que até poderia ter esperado pelos votos da diáspora portuguesa fazendo sofrer de expectativas o povo português! Compreendeu a tendência da vontade soberana do povo e anunciou a sua derrota, tangencial! Confesso que não gostava dele, mas a partir daquele momento! Pela forma foi tangencial. Tudo nas mãos do Marcelo. A democracia a funcionar com transparência, votaram 6 milhões de eleitores, a votação começou pela manhã às 8h, terminou às 20h e começaram a sair resultados parciais e às 22h30 já se sabia quem era o vencedor. Não foi necessário um mês.

Agradeço a Deus todo-poderoso por ter restituído a minha fé na democracia, na justiça e na transparência! De tanta maldade a minha começava a ter fraquezas e o mal começava a abalar a minha outrora inquebrantável fé na democracia no respeito pelos direitos humanos alicerçada nos dez anos em que vivi no Reino Unido da Grã Bretanha e Irlanda do Norte e nos cinco anos em que trabalhei na sede da Amnistia Internacional em Londres! Consigo olhar outra vez no Lole e dizer sem pestanejar que a “Democracia é o melhor sistema político do mundo” e vale a pena morrer para protegê-la dos ímpios!

Bem-haja Marcelo Rebelo de Sousa! Bem-haja Pedro Nuno Santos! Bem-haja António Costa! Bem-haja André Ventura! Vocês lavaram a minha alma!

Manuel de Araújo

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