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Sociedade

Luís Giquira pretende “ressuscitar carcaças” dos tempos de Amurane

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O Conselho Autárquico da Cidade de Nampula, através da Empresa Municipal dos Transportes (EMT), está a tentar, a todo vapor, recuperar os velhos autocarros de transporte de pessoas ao nível desta urbe, destruídos pelos trabalhadores municipais através do roubo de peças, logo após ao assassínio bárbaro de Mahamudo Amurane a 4 de Outubro de 2017.

Até então, Luís Giquira conseguiu recuperar sete dos 20 autocarros. Antes do seu executivo mostrar interesse em trazer de volta os ferros-velhos, Paulo Vahanle, o ex-autarca do partido Renamo, tentou sem sucesso reactivar as sucatas.

Aliás, o próprio Vahanle, várias vezes veio a público queixar-se de sabotagem nessa empreitada, por parte de alguns funcionários da edilidade, a quem apelidou por vândalos.

No último fim-de-semana, Giquira visitou o estaleiro municipal na zona de Mukhari, subúrbios da cidade de Nampula, para viver de perto a situação e pelo que viu, o roubo de peças das viaturas prossegue tranquilamente.

“Temos mecânicos que não são honestos. Esquecem que vivem destes autocarros para receber salários. Desviam vedantes, motores e outras peças, porque sabem que no final do mês Elenco municipal de Nampula visitando o estaleiro de Mukhari vão ter salários”, desabafou o edil. 

Apesar dessa má conduta dos mecânicos e seguranças que guarnecem o estaleiro, o presidente referiu que os sete autocarros recuperados já se encontram em circulação nas vias públicas da terceira maior cidade do país.

“Infelizmente, quando chegamos encontramos os autocarros vandalizados, sem pneus, baterias e muito menos motores, quero louvar o esforço dos funcionários desta empresa que com todas as dificuldades, conseguiram recuperar sete autocarros e devolveram à estrada. Apesar do desgaste físico, porque os carros estavam há bastante tempo inoperacionais, eles fizeram um trabalho excelente. Sabemos que podíamos recuperar ainda mais, mas a acção humana não nos permitiu”, disse Giquira. 

Devido a esse cenário, o edil avisou que vai apertar o cerco contra os funcionários desonestos, aplicando medidas coercivas que incluirão despedimentos.

“Vamos acabar mal se continuarmos com esse espírito colegas. Eu não vim para perseguir ninguém, vim para que nos ajudemos. Vou fechar a empresa e despedir os trabalhadores para continuar a operar em parceria com o sector privado”, informou.

Mais 10 autocarros a caminho

Dada a gravidade das avarias e a falta de peças fundamentais para os automóveis, a única solução segundo o presidente do município é o abate.

“Vamos trabalhar junto do Ministério das Finanças, para fazer o levantamento das sucatas existentes e abater aqueles carros. Não faz sentido estarem ali como museu, o que estamos a tentar fazer é limpar aquele espaço para receber novos autocarros”, avançou. 

Face à escassez de transporte público municipal, o edil deu a conhecer que o Conselho Autárquico está a fechar um dossier para a aquisição de mais dez autocarros para o transporte público, como forma de minimizar o sofrimento dos munícipes. 

O esforço que a edilidade faz, segundo Giquirito, visa colmatar a falta de transporte nas horas de ponta. Para o edil, a ideia é ter uma frota própria, da Empresa Municipal de Transporte com pelo menos dois turnos e a trabalhar até 20 horas numa primeira fase. 

Numa das suas edições, NGANI publicou uma matéria, que custou fortes críticas e ameaças por parte de um vereador do Conselho Autárquico de Nampula contra um dos nossos jornalistas, dando conta que os cobradores dos transportes públicos do município desviavam receitas durante o exercício das suas actividades.

Para acabar com essa prática, a edilidade vai introduzir bilhetes electrónicos. 

“Recentemente recebemos uma denúncia de que haviam cobradores que estavam a fazer desvio das receitas, mas com esses bilhetes electrónicos, vamos reduzir essa dúvida e saberemos com exatidão qual vai ser a receita de cada carro”, assegurou. 

Questionado sobre os valores a serem aplicados na aquisição dos autocarros, Giquira não entrou em detalhes, mas assegurou que até Janeiro do próximo ano, as viaturas estarão a circular na cidade e o Ministério das Finança vai comparticipar com 40 por cento do valor da aquisição. (António Cintura).

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